A mídia mundial seguiu o que todos esperavam dela: cobertura extensiva, fotos dos bailes e da cerimônia de posse e análises de todos os primas possíveis para as propostas iniciais do governo de Obama. Vamos ver as capas de alguns jornais de vários lugares do mundo, e como eles começam a cobertura do governo Barack Obama:
O New York Times abriu a edição com manchete: Após um dia de celebrações, Obama se volta para desafios mais sóbrios, mais sérios. Os primeiros passos para um governo de mudanças, segundo o jornal, já começaram a ser colocados em prática por Obama – líderes do Egito, de Israel, da Jordânia e da autoridade Palestina foram chamados para discutir maneiras de encerrar o conflito na faixa de Gaza, e começaram as investigações para acabar com o terror das prisões de Guantánamo.
O New York Post começa com seu título em letras garrafais. A matéria principal fala do combate aos lobistas, com uma manchete direta e incisiva: Pay Freeze, Strict Rules On Lobbyists.
O Estado de S. Paulo dá duas pequenas manchetes abaixo da foto do presidente em sua sala: Obama quer fechar Guantánamo em um ano e Com Obama, surge a Casa Branca 2.0. E, abaixo, um adendo: Michelle: foi ‘meio surreal’; opine sobre vestidos.
A Folha Online já traz o desenrolar da questão do fechamento de Guantánamo: todos os julgamentos foram suspensos. Agora, 17;50, o Site mudou de destaque, trazendo a manchete: Obama congela salários de servidores em seu primeito ato contra a crise econômica. Ao invés de se concentrar nas promessas, a Folha já pulou para os primeiros resultados.
O Le Monde, além de não trazer como destaque principal a posse de Obama, não publicou muitas novidades. O destaque da capa também é a respeito das novas decisões em Guantánamo. O discurso de posse em francês também está disponível.
Curiosamente, o The Independent traz na capa apenas uma notinha sobre a posse de Obama: Obama offers hope to the world. Mas, na edição impressa, o Independent traz na capa uma matéria sobre “a mulher que moldou Obama”, além da seguinte pergunta: Can He Win The White Vote?
O The Guardian, para mim, abre com a melhor manchete: Obama willing to talk to Iran “without preconditions“. Há também um especial sobre a posse.
O El País também trouxe uma boa manchete: A transparência e o estado de direito serão a base do meu mandato. Mais do que as propostas em si, essa é uma afirmação que é impossível esquecer, e pela qual será cobrado. A cobertura massiva continua na edição especial.
O El Mundo trouxe outra manchete pouco discutida: Oriente Médio recebe Obama com cautela. Mas, segundo a reportagem, é uma cautela esperançosa. A manchete principal, aliás, acabou de mudar. Agora é: Obama ordena congelar salários dos cargos superiores da nova Administração.
O La Vanguardia começou falando sobre as notícias de Guantánamo, e agora também fala do congelamento dos salários.
O Corriere della Sera abre a capa do jornal falando das propostas de Obama para o conflito na faixa de Gaza e de sua reunião com os líderes da região.
O Jerusalem Post traz a manchete PM updates Obama on Gaza situation. De acordo com o jornal, Obama entrou em contato com o Primeiro Ministro Olmert e com o Presidente da Autoridade Palestina Abbas. Ao menos no início das polidas negociações, ambos se dizem dispostos a colaborar com a paz e com o fim do conflito em Gaza. Entretanto, não foi especificado como essa paz será estabelecida…
Para terminar, o site do Hizbollah publicou uma carta aberta a Barack Obama escrita por MahathirMohammad. Em um tom imperativo e incisivo, a carta exige mudanças na posição dos EUA em relação á questão palestina. Alguns trechos: 1. Stopp killing people. The United States is too fond of killing people in order to achieve its objectives. 2. Stop indiscriminate support of “Israeli” killers with your money and your weapons. 3. Stop your arms manufactures from producing them. 4 (e uma das mais curiosas). Stop trying to democratize all the countrys of the world. Don’t kill people because they’re not democratic. No mínimo, a carta dá o que pensar em relação aos conflitos no Oriente Médio e também a respeito da posição do Ocidente nesta guerra. A questão que fica: existem valores inerentemente bons?
A cobertura do governo Obama começou faz tempo. Muito tempo mesmo. Será que, como disse o estadão, será um governo 2.0?
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