As grandes turnês no Brasil sempre movimentam a mídia – e não só a especializada -, normalmente em torno dos preços absurdos dos shows e dos inúmeros problemas de venda e distribuição de ingressos – a Ticketmaster, de fato, deve estar sempre nas fileiras do Procon. Os ingressos para ver Bob Dylan no Via Funchal, por exemplo, chegavam a R$900, sem contar que a maioria deles se esgotou com uma rapidez impressionante. Agora, a turnê da cantora Madonna, com ingressos que giram em torno de R$400, já está quase esgotada no Rio. Finalmente, começam a surgir questionamentos a respeito dos esquemas de venda da Ticketmaster, que disponibilizam para clientes Vip do Citibank, por exemplo, ingressos antecipados, além de distribuirem vários ingressos para Very Important Persons – leia-se celebridades – que não estão tão preocupadas assim com sua cultura musical.
O que sinto falta, entretanto, é de outro tipo de discussão: afinal, qual é a importância cultural das grandes turnês que chegam ao Brasil? Por mais que goste da carreira de Madonna, considero que há muito tempo ela não faz um álbum realmente relevante e interessante. Só por ser parte de um grande espetáculo mundial, sua turnê como cultura é pouco analisada – as músicas de Hard Candy são boas? No que se baseiam atualmente os shows de Madonna? Qual sua importância musical real, além do ícone tão explorado como imagem e representação do showbizz?
Se é legal gostar de Madonna porque é legal dizer que gosta, pelo menos os ingressos poderiam ser mais acessíveis e a Ticketmaster mais solícita…
A música da Madonna já enjoou…
As músicas não são mais polêmicas, não são mais inovadoras, perderam seu imediatismo…
ah, Madonna…
começa assim: quantas pessoas neste mundo cão do espetáculo sobrevivem como ela? com altos e médios, porque em baixa mesmo ela nunca esteve, nunca se deixou de pensar nela como a rainha do pop. o que ela fez influenciou a maioria das coisas que temos hoje por aí, e na minha opinião, que não é profissa, ninguém ainda fez tão bem.
E bem, porque ver a Madonna hoje, se os discos dela não são tão relevantes? Não ouvi ainda Hard Candy, mas Confessions é bom de verdade. Ah, e o show com o figurino do Jean-Paul Gaultier que a gente não pode ver…
Outra coisa: a Madonna se reinventa. Ela não tá nem perto do que era quando começou, criticando tudo e todo mundo. Mudou a visão e não tá nem aí… Bom ver que alguém não parou no tempo.
E quanto a vir pro Brasil depois de 15 anos? a gente não ouviu Ray of Light, o single Beautiful Strager, Music (!)… E isso foi relevante.
Mas o show ta caro e dificil mesmo… Só que tá assim no mundo todo. Tá impossível ver Oasis na Inglaterra, pra ter noção.
bjs
Então Tai, era exatamente isso o que eu queria: que as pessoas pensassem e refletissem a respeito da importância da Madonna, em vez de irem junto com a maré do showbizz e dizer que é legal porque está na mídia/na moda/na cena. Por isso adorei seu comentário: ele tem argumentos, ao invés de cumplicidade com o espetáculo.
Bjos ***
O pior é que nem é a Ticketmaster, é uma tal de Tickets For Fun (quem?). Isso torna todo o processo de compra um pouco mais dramático. [A partir da meia noite de hoje uma amiga minha irá à luta no pc para conseguir nossos ingressos. Juro que tô quase rezando. Quase.]
Hard Candy é tudo de bom – por mais suspeita que eu seja para opinar sobre isso.
E, olha, os preços são sim absurdos e excludentes. Mas quem tem um rim sobrando sempre pode se incluir. Se eu conseguir um ingresso, você vai me ouvir gritando que “my sugar is raw” até 19 de dezembro.
Bom, acho que sou um pouco suspeita também para comentar este assunto, mas acho que é de extrema importância a passagem dessas turnês internacionais em nosso país.
Querendo ou não, o Brasil é um grande mercado – apesar de todas as piratarias, nós compramos CDs, veneramos alguns catores/cantoras/grupos musicais e tudo mais. Acho que o mínimo que estes artistas podem fazer, então, é passarem por aqui…
Mesmo que o CD atual, a música de trabalho não seja boa, acho que as grande turnês têm que passar por aqui, como um reconhecimento do nosso país na ordem mundial. Os brasileiros gostam de música e movimentam muito a economia deste setor.
O que me incomoda é o fato dos ingressos, por aqui, serem tão caros. Por exemplo, por que os ingressos do show da Madonna são cinco vezesmais caro no Brasil do que na Argentina? Todo mundo sabe que os ingressos por aqui se esgotam muito rápido – tanto que muitos artistas fazem noites extras e tudo mais.
Fico com a sensação de que os grandes vendedores de ingressos – a Ticketmaster ou a Tickets For Fun – querem lucrar nas terras brasileiras e cobram quanto querem pelos ingressos. Tenho a certeza de que os artistas, na maioria das vezes, nem sabem desses absurdos…
Não foi o Bono que ficou P*** da vida quando soube do esquema de ingressos no Brasil?
Acho que as discussões devem partir mais para este plano, mas por favor entenda que esta é apenas a opinião de uma verdadeira fã que vivieu lindos momentos em shows internacionais… Sério!!!
Beijos =D
Só uma coisa: li um post e lembrei muito de você… É um ‘depoimento’ sobre aquilo que comentei anteriormente aqu – a loucura dos fãs, mesmo com a certeza de que o show não é o melhor do artista!
http://vaidarzebra.blogspot.com/2008/09/o-show-de-madonna-em-nice-dia-26.html
Espero que goste!
Beijos 🙂
Nossa Iza, adorei 🙂 Obrigada mesmo pela indicação, o post sobre o show é enooorme! Estou lendo tudo 🙂
Mari, você conseguirá!
Bjos
[…] Já falei aqui uma vez sobre os abusos em relação a preços e ingressos em grandes turnês. Não pude ver o show do Deus Bob Dylan, também no Via Funchal, pelos preços estratosféricos. OK, Bob Dylan é Deus (amém), mas qual é a justificativa para se cobrar um preço desses por um show do Queen sem o Freddie Mercury? Incompreensível, no mínimo. […]
Criticar Madonna realmente da ibope, qual a importância cultural disso?
O show de Madonna é O SHOW, se alguem estiver em ver um dos melhores shows do mundo, basta ir num show dela, não importa se vc gosta do cd ou não.
E as repostas para as suas perguntas já foram respondidas nos posts abaixo.
Não duvido que o show da Madonna seja espetacular. Pelos comentários dos fãs e da crítica especializada mundial, parece que a performance dela continua tão intensa quanto antes. O que me incomoda é que aqui no Brasil a mídia, principalmente, fala da vinda da Madonna, coloca as últimas notícias sobre o assunto e trata a cantora como um ícone do espetáculo, sem analisar de fato seus últimos álbuns e sua importância cultural.
By the way, ouvi Hard Candy hoje, e gostei. Thanks Mari =D
Olá…
Quero dizer que gostei muito da sua descrição pra isso tudo o que está acontecendo…
É verdade que a maioria das pessoas não se importam pela “artista” Madonna e entram em desespero pra comprar os ingressos pelo ícone que ela é.
Eu até entendo, mas lamento porque desse jeito fica complicado para os fãs…
No meu caso, fã de Salvador, a complicação envolve dinheiro somente, já que não vou poder pagar viagem + ingressos, ambos muito caros para minhas condições.
Olhando por outro ângulo, até entendo a correria e lamento não poder ir mesmo não gostando do Hard Candy, afinal, como disseram aí em cima, não vimos a Re-Invention nem a Confessions Tour, ambas turnês pós discos muito bons que não passaram por aqui.
Enfim… Torço pra quem tem a possibilidade de comprar os ingressos conseguir ir pro show.
Beijo, adorei o texto.
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